quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Higi Calcinha (Por Virgínia Castro)

Antigamente as pessoas faziam sabão com gordura e cinza nas suas casas. A minha avó mesmo já fez muito isso. Aí surgiu o sabonete e outras formas industrializadas de sabão. Tenho reparado que a onda agora são os sabões segmentados. Começou com o sabonete íntimo ginecológico, que inclusive eu compro vez ou outra. Não sei se é melhor ou se é indiferente, mas compro.

Mas eu quero falar hoje de um outro sabonete: o higi-calcinha. Não acredito que tem gente que compra isso. Por vários motivos. Calcinha é peça de roupa e por isso, se lava com sabão em pó, depois coloca o amaciante, deixa secar e passa. É o que eu faço, porque é o mais higiênico e deixa as calcinhas limpas e cheirosas.

O que mais me incomoda no Higi-calcinha, além de estimular a lavar as peças íntimas no chuveiro (incentivando o consumo de energia elétrica e consequentemente causando um maior impacto ambiental), é o seguinte: o produto tem cheiro de talco, de fralda, de coisas de bebê. Imagina só a mulher vai ter um encontro romântico e tal, e quando o cara desabotoa a calça dela, emerge aquele cheiro de fralda? Ninguém merece, né? Corta qualquer clima. Aí, ela, sem graça, vai falar: “É porque eu uso um sabonete especial para a higiene das minhas calcinhas...”. Bom, por essas e outras coisas, eu prefiro não correr esse risco.


Nenhum comentário:

Postar um comentário